domingo, 25 de maio de 2008

O adeus de um campeão


Tá bom, o blog é basicamente sobre futebol capixaba. Mas nunca fechei a porta para os outros esportes e nem assim o farei. Por isso, não poderia deixar de falar sobre a despedida de Gustavo Kuerten, Guga, neste domingo, em Roland Garros, onde o "Manézinho da Ilha" é rei. Confesso que fiquei emocionado. Cada uêêêêê! dado por Guga numa devolução de bola, era uma contagem regressiva para o fim de um fenômeno. Sim! Fenômeno.

Guga conseguiu fazer o brasileiro se apaixonar pelo tênis, esporte de elite até hoje. Afinal de contas, antes de Guga, alguém sabia o que era um Match Point? Break Point? Set Point, Game? 30/15, 30/40.....obviamente que não. A derrota para Paul-Henri Mathieu, por 3 sets a 0, parciais de 6/3, 6/4 e 6/2, na quadra central de Roland Garros, com 14.884 pagantes, quase a lotação máxima, foi de deixar qualquer brasileiro emocionado.

Em 1997, em pleno Campeonato Brasileiro, me lembro, com 12 anos, em pé, num bar, assistindo ao jogo de Guga. A cada ponto, um GOL. Fantástico. Jogos de Gustavo Kuerten eram encarados como Seleção Brasileira em campo. Vieram os títulos, a cobrança, as sucessivas contusões no quadril e as cirurgias. Dentro de quadra, as vitórias cessaram. Fora dela, Guga se mostrava cada vez mais, um ser humano comum, se é que isso é possível.

A cada saque Guga se despedia da vida profissional. Parecia saber que seria o último jogo. Olhava para o público, acenava, enfim, se despedia da sua vida. Tricampeão em Roland Garros (97/00 e 01), Guga deve muito mais a Roland Garros do que o contrário. Mas mesmo assim, como deveria ser, a organização do evento lhe proporcionou uma cena emocionante.

Aposto que, mesmo na iminência da derrota, muitos, espalhados pelo Brasil, cobraram de Guga uma devolução mais forçada, um acerto melhor do 1º saque. Cobraram até uma vitória de Guga. Mas a vitória maior não seria o triunfo sobre o francês, que por sinal, jogou em casa mas não teve torcida a favor. A grande vitória foi Guga se despedir do tênis de cabeça erguida. Parabéns Manézinho! Você, mais uma vez, emocionou o Brasil.

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